Alguns
exemplos de formulas são apresentadas para atender casos gerais, as quais deverão ser recalculadas caso existam ingredientes alternativos.Sempre que se considerar a alternativa de ingredientes (e.g. trigo, triticale, triguilho, sorgo, farinhas animais, subprodutos do milho, cevada, etc.) devemos estar atentos a disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade. Um principio básico na substituição do milho por ingredientes alternativos é manter equilibrado os nutrientes e energia, produzindo uma dieta mais barata que a convencional. Os alimentos a serem fornecidos devem também atender a alguns princípios de manejo da alimentação e da água para que sejam bem aproveitados e gerem eficácia no desempenho dos frangos. Para facilidade de entendimento alguns pontos a seguir são ressaltados, visando melhor esclarecimento do assunto.
Saúde dos frangos
Garantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das aves, tanto o potencial genético quanto o aproveitamento nutricional sejam expressos na sua totalidade. Para a obtenção de um desenvolvimento competitivo, devem ser adotadas medidas que possibilitem a identificação e redução de riscos à saúde das aves e por conseguinte a do homem. Tais medidas baseiam-se nas boas práticas de produção, dando condições de rastreabilidade dos insumos e dos procedimentos adotados durante todo o ciclo produtivo.
O programa de biosseguridade é uma ferramenta indispensável para proteger a saúde dos plantéis reduzindo os riscos de contaminação através de ações preventivas que agreguem qualidade ao produto final e restrinjam os custos de produção. O sucesso do programa está diretamente relacionado com o grau de conscientização e a adesão de todos os funcionários à filosofia, princípios e normas que regem a biosseguridade.Nesse programa são determinadas normas de procedimentos quanto a localização do aviário, a aquisição dos pintos, o manejo sanitário durante o período de produção, incluindo o sistema de criação, critérios de acesso ao aviário, a limpeza diária e a higienização desse após a retirada dos frangos. A imunização dos frangos é feita através da vacinação contra as principais enfermidades, atendendo às condições endêmicas regionais, desde que esteja em conformidade com as recomendações dos órgãos oficiais. Aspectos importantes como a qualidade microbiológica da água e das rações fornecidas às aves e o correto destino das carcaças também são considerados. O Brasil, grande produtor e exportador de frangos, freqüentemente é solicitado a demonstrar a qualidade da saúde dos plantéis, o que demanda constante adequação do setor produtivo á programas que preservem a saúde na avicultura. A ocorrência de uma doença grave pode ser utilizada como barreira nas exportações e inviabilizar à produção nas regiões adjacentes ao foco. A adoção de programas de biosseguridade se reflete nos vários níveis do setor produtivo. Cada programa individual de biosseguridade colabora para o fortalecimento e controle da saúde do setor avícola que invariavelmente depende da participação e o esforço de todos os segmentos.
Material Genético
A criação de frangos para o abate evoluiu para modelos intensivos onde o potencial genético dos frangos é responsável por grande parte dos ganhos de produtividade. Para se conseguir frangos com alto potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, os programas para a geração de material genético comercial foram estruturados pelo acasalamento/cruzamento entre ou dentro de raças, linhas, bisavós, avós e matrizes. È necessário se conhecer o potencial genético da linhagem antes da aquisição dos pintos. Após alojados os pintos é necessário acompanhar semalmente o desempenho do lote, conferindo os dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.
Ventilação verão e inverno
Extrair do aviário o calor, principalmente em dias quentes é em geral, a primeira providência a ser tomada, uma vez que as aves já se encontram empenadas. Quando a temperatura ambiente é superior a ótima, correspondente à da zona de conforto, é necessário aumentar a taxa de ventilação a fim de eliminar o calor produzido pelas aves, para evitar uma temperatura excessiva dentro da instalação. A ventilação desses ambientes pode promover melhorias nas condições termo-higrométricas, podendo representar um fator de melhora do conforto térmico de verão ao incrementar trocas de calor por convecção. Para as condições do clima tropical brasileiro a ventilação de verão necessária para aviários deve atender conjuntamente as exigências térmicas e higiênicas que vão se refletir na localização da construção, área e forma de abrir dos dispositivos (aberturas e posição das cortinas protetoras dos galpões). No verão a massa de ar se movimentará por todo o espaço inferior e superior, exercendo uma influência direta sobre o conforto e simultaneamente eliminando parte do calor acumulado em paredes laterais, piso, teto e equipamentos de alimentação, etc. Pode ser necessário uma renovação total do ar a cada minuto. Em pleno verão, o sistema de ventilação poderá estar funcionando 100% do tempo durante o período do dia e boa parte da noite. Em tais condições, melhores resultados são obtidos colocando-se as entradas de ar ao nível das aves e forçando um fluxo de ar rápido, relativamente fresco entre essas, para facilitar a extração direta do calor corporal.Em períodos de inverno, necessita-se um ritmo de renovações mais lenta, especialmente para aves jovens. Não obstante, durante o período frio, é necessário introduzir ar fresco no aviário para repor oxigênio, assim como extrair amoníaco e umidade. O fluxo de ar deve se deslocar naturalmente pela zona superior do aviário, para evitar o efeito direto sobre os animais, de maneira que o ar fresco externo se misture com o ar interno mais quente antes de alcançar as aves. O objetivo é então estabelecer no aviário um fluxo lento de ar, evitando toda corrente fria ou muito rápida em contato com as aves. O que importa é a diferença entre a temperatura exterior e a que necessitam as aves, não a que percebe uma pessoa no aviário. As aves mais jovens requerem ambiente mais aquecido, produzem menos amoníaco e consomem menos oxigênio que aves maiores. A quantidade de ar a renovar no inverno por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída; é importante que o fluxo de ar não incida diretamente sobre as aves. O problema da ventilação por cortinas durante período frio, é que o ar admitido por pequenas aberturas entra com pouca velocidade e em seguida desce ao nível do solo esfriando o ambiente ao nível das aves causando condensação, com conseguinte umedecimento da cama. Isso ocorre porque o ar frio é mais pesado que o ar quente e a tendência é abaixar e não subir. Ao mesmo tempo, o ar quente que se encontra mais acima acarreta diferença de temperatura no local, causando maior tensão nas aves.
Manejo na produção
Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles, para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento. O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em função do clima. No verão, pode ser dispensado à partir da segunda semana, sendo usado apenas nas horas mais frias, normalmente a noite.No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo das cortinas é determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das aves. Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação correspondente a idade do pinto, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época do ano, visando melhorar o desempenho das aves. Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros e comedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das aves. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são abertos, os bebedouros e comedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por todo o galpão. A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm e então compactada. Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.
No manejo pré-abate a programação da retirada do lote, tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas. O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou intestino.Na preparação do aviário e apanha, deve-se estabelecer um método padrão para a divisão dos aviários na granja, de acordo com as características de cada uma. A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais aves. A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Esse trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e as asas, devido ao manejo inadequado das aves, sendo a causa mais provável de danos. Utilizar a razão de 25 kg/m2 de aves por caixa. No carregamento e transporte, o número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao abatedouro. No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. O transporte das aves no período noturno é vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade. Entretanto, no inverno podem ocorrer problemas relacionados à qualidade da carne, devido à baixa eficiência da sangria quando as aves ficam expostas a temperaturas baixas. Ao chegar no abatedouro, as aves devem permanecer na plataforma de espera. Esse local deve ser preparado para proteger as aves, propiciando um microclima favorável a sua sobrevivência, possibilitando o acesso à sombra, ventiladores e umidificadores . O tempo transcorrido entre a chegada do caminhão ao abatedouro e o início do abate é crítico, podendo interferir negativamente nos índices de mortalidade.
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