sexta-feira, 26 de junho de 2009

Avicultura

AVICULTURA



Organizadores:Henrique Soares e Natanael Henrique Silva Santos



AVICULTURA



A Alimentação e a Nutrição



A nutrição adequada dos frangos de corte depende de conhecimento técnico sobre nutrientes,
energia, aminoácidos, minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. É importante anotar o consumo diário de água, pois uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o inicio de problema. Os nutrientes que são usados em pequenas quantidades são chamados de micro-ingredientes e são adicionados à ração através de pré-misturas vitamínicas e minerais (Premix). As dietas devem ter especificações de qualidade de ingredientes para entrarem na fabricação de rações. Entre as especificações devem ser atendidas as exigências dos frangos de acordo com o peso ou fases produtivas, a qualidade e preços dos ingredientes.Para fabricar rações, além do conhecimento técnico, a estrutura deve atender as necessidades para a fabricação de rações e que o processo de fabricação de rações seja entendido para qual finalidade está sendo aplicado.





Alguns
exemplos de formulas são apresentadas para atender casos gerais, as quais deverão ser recalculadas caso existam ingredientes alternativos.Sempre que se considerar a alternativa de ingredientes (e.g. trigo, triticale, triguilho, sorgo, farinhas animais, subprodutos do milho, cevada, etc.) devemos estar atentos a disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade. Um principio básico na substituição do milho por ingredientes alternativos é manter equilibrado os nutrientes e energia, produzindo uma dieta mais barata que a convencional. Os alimentos a serem fornecidos devem também atender a alguns princípios de manejo da alimentação e da água para que sejam bem aproveitados e gerem eficácia no desempenho dos frangos. Para facilidade de entendimento alguns pontos a seguir são ressaltados, visando melhor esclarecimento do assunto.



Saúde dos frangos


Garantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das aves, tanto o potencial genético quanto o aproveitamento nutricional sejam expressos na sua totalidade. Para a obtenção de um desenvolvimento competitivo, devem ser adotadas medidas que possibilitem a identificação e redução de riscos à saúde das aves e por conseguinte a do homem. Tais medidas baseiam-se nas boas práticas de produção, dando condições de rastreabilidade dos insumos e dos procedimentos adotados durante todo o ciclo produtivo.


O programa de biosseguridade é uma ferramenta indispensável para proteger a saúde dos plantéis reduzindo os riscos de contaminação através de ações preventivas que agreguem qualidade ao produto final e restrinjam os custos de produção. O sucesso do programa está diretamente relacionado com o grau de conscientização e a adesão de todos os funcionários à filosofia, princípios e normas que regem a biosseguridade.Nesse programa são determinadas normas de procedimentos quanto a localização do aviário, a aquisição dos pintos, o manejo sanitário durante o período de produção, incluindo o sistema de criação, critérios de acesso ao aviário, a limpeza diária e a higienização desse após a retirada dos frangos. A imunização dos frangos é feita através da vacinação contra as principais enfermidades, atendendo às condições endêmicas regionais, desde que esteja em conformidade com as recomendações dos órgãos oficiais. Aspectos importantes como a qualidade microbiológica da água e das rações fornecidas às aves e o correto destino das carcaças também são considerados. O Brasil, grande produtor e exportador de frangos, freqüentemente é solicitado a demonstrar a qualidade da saúde dos plantéis, o que demanda constante adequação do setor produtivo á programas que preservem a saúde na avicultura. A ocorrência de uma doença grave pode ser utilizada como barreira nas exportações e inviabilizar à produção nas regiões adjacentes ao foco. A adoção de programas de biosseguridade se reflete nos vários níveis do setor produtivo. Cada programa individual de biosseguridade colabora para o fortalecimento e controle da saúde do setor avícola que invariavelmente depende da participação e o esforço de todos os segmentos.


Material Genético

A criação de frangos para o abate evoluiu para modelos intensivos onde o potencial genético dos frangos é responsável por grande parte dos ganhos de produtividade. Para se conseguir frangos com alto potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, os programas para a geração de material genético comercial foram estruturados pelo acasalamento/cruzamento entre ou dentro de raças, linhas, bisavós, avós e matrizes. È necessário se conhecer o potencial genético da linhagem antes da aquisição dos pintos. Após alojados os pintos é necessário acompanhar semalmente o desempenho do lote, conferindo os dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.


Ventilação verão e inverno


Extrair do aviário o calor, principalmente em dias quentes é em geral, a primeira providência a ser tomada, uma vez que as aves já se encontram empenadas. Quando a temperatura ambiente é superior a ótima, correspondente à da zona de conforto, é necessário aumentar a taxa de ventilação a fim de eliminar o calor produzido pelas aves, para evitar uma temperatura excessiva dentro da instalação. A ventilação desses ambientes pode promover melhorias nas condições termo-higrométricas, podendo representar um fator de melhora do conforto térmico de verão ao incrementar trocas de calor por convecção. Para as condições do clima tropical brasileiro a ventilação de verão necessária para aviários deve atender conjuntamente as exigências térmicas e higiênicas que vão se refletir na localização da construção, área e forma de abrir dos dispositivos (aberturas e posição das cortinas protetoras dos galpões). No verão a massa de ar se movimentará por todo o espaço inferior e superior, exercendo uma influência direta sobre o conforto e simultaneamente eliminando parte do calor acumulado em paredes laterais, piso, teto e equipamentos de alimentação, etc. Pode ser necessário uma renovação total do ar a cada minuto. Em pleno verão, o sistema de ventilação poderá estar funcionando 100% do tempo durante o período do dia e boa parte da noite. Em tais condições, melhores resultados são obtidos colocando-se as entradas de ar ao nível das aves e forçando um fluxo de ar rápido, relativamente fresco entre essas, para facilitar a extração direta do calor corporal.Em períodos de inverno, necessita-se um ritmo de renovações mais lenta, especialmente para aves jovens. Não obstante, durante o período frio, é necessário introduzir ar fresco no aviário para repor oxigênio, assim como extrair amoníaco e umidade. O fluxo de ar deve se deslocar naturalmente pela zona superior do aviário, para evitar o efeito direto sobre os animais, de maneira que o ar fresco externo se misture com o ar interno mais quente antes de alcançar as aves. O objetivo é então estabelecer no aviário um fluxo lento de ar, evitando toda corrente fria ou muito rápida em contato com as aves. O que importa é a diferença entre a temperatura exterior e a que necessitam as aves, não a que percebe uma pessoa no aviário. As aves mais jovens requerem ambiente mais aquecido, produzem menos amoníaco e consomem menos oxigênio que aves maiores. A quantidade de ar a renovar no inverno por razão higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída; é importante que o fluxo de ar não incida diretamente sobre as aves. O problema da ventilação por cortinas durante período frio, é que o ar admitido por pequenas aberturas entra com pouca velocidade e em seguida desce ao nível do solo esfriando o ambiente ao nível das aves causando condensação, com conseguinte umedecimento da cama. Isso ocorre porque o ar frio é mais pesado que o ar quente e a tendência é abaixar e não subir. Ao mesmo tempo, o ar quente que se encontra mais acima acarreta diferença de temperatura no local, causando maior tensão nas aves.


Manejo na produção

Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles, para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento. O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em função do clima. No verão, pode ser dispensado à partir da segunda semana, sendo usado apenas nas horas mais frias, normalmente a noite.No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo das cortinas é determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das aves. Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação correspondente a idade do pinto, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época do ano, visando melhorar o desempenho das aves. Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros e comedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das aves. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são abertos, os bebedouros e comedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por todo o galpão. A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm e então compactada. Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.



No manejo pré-abate a programação da retirada do lote, tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas. O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou intestino.Na preparação do aviário e apanha, deve-se estabelecer um método padrão para a divisão dos aviários na granja, de acordo com as características de cada uma. A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais aves. A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Esse trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e as asas, devido ao manejo inadequado das aves, sendo a causa mais provável de danos. Utilizar a razão de 25 kg/m2 de aves por caixa. No carregamento e transporte, o número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao abatedouro. No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. O transporte das aves no período noturno é vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade. Entretanto, no inverno podem ocorrer problemas relacionados à qualidade da carne, devido à baixa eficiência da sangria quando as aves ficam expostas a temperaturas baixas. Ao chegar no abatedouro, as aves devem permanecer na plataforma de espera. Esse local deve ser preparado para proteger as aves, propiciando um microclima favorável a sua sobrevivência, possibilitando o acesso à sombra, ventiladores e umidificadores . O tempo transcorrido entre a chegada do caminhão ao abatedouro e o início do abate é crítico, podendo interferir negativamente nos índices de mortalidade.

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